Glória, a melhor matriz da história da Casa Branca, deixa legado para a raça Brahman

Matriarca morreu aos 18 anos e 8 meses. Mãe de 208 filhos, tem sua genética diferenciada disseminada por vários países, especialmente o Brasil.

MR BEER 73 foi o Grande Campeão da Expozebu. CABR DHIFALLA 899 também venceu a mais disputada exposição pecuária do Brasil e uma das mais pesadas pistas do mundo. DHIFALLA é mãe de outros dois Grandes Campeões de Uberaba: CABR MIFALLA e CABR MUSSAMBÉ. Em comum, além dos títulos, esses animais fantásticos descendem da matriz GLÓRIA, um ícone da raça Brahman e da pecuária seletiva nacional, que morreu aos 18 anos e 8 meses de idade.

Seu currículo é invejável. GLÓRIA deixou nada mais nada menos do que 208 filhos nascidos com 23 touros diferentes, 1.022 netos e 1.573 bisnetos. No total, são 4.900 descendentes diretos.

Por tudo isso, ela é Matriz Vitalícia da raça Brahman. Mas também produziu matriz vitalícia (CABR DHIFALLA 899), dezenas de filhas líderes de ranking e incontável número de filhos e netos campeões. Uma história fantástica, que marca para sempre a raça Brahman no Brasil.

“GLÓRIA é tudo o que um selecionador busca em uma matriz. Fértil, repassou para sua progênie suas melhores qualidades. Os resultados comprovam o seu desempenho”, resume o criador Paulo de Castro Marques, proprietário da Casa Branca.

GLÓRIA nasceu em 1998, na Colômbia. No final do ano seguinte, a empresa Agroexport importou um lote de 15 machos e 15 fêmeas Brahman oriundos da central de coletas de embriões colombiana Cetelca para exibição na Expozebu 2000, em Uberaba. Nesse lote estava IPC 800 GLÓRIA 154, ou simplesmente GLÓRIA, a mais importante vaca Brahman de todos os tempos no Brasil.

Em meados do ano 2000, o médico veterinário Pedro Antônio de Oliveira Ribeiro Sobrinho, o Pedrão, negociou com a Cetelca e adquiriu todo o lote. Dava-se início, então, a uma das mais belas histórias da pecuária brasileira e, sem dúvida, a mais impactante na raça Brahman.

Em 2005, a Casa Branca iniciou o seu projeto de Brahman com a aquisição de um lote de doadoras do Brahman BEER, de Pedrão. Devido à grande amizade de Pedrão com Paulo de Castro Marques GLÓRIA foi incluída nesse lote. Segundo palavras de Pedrão, “a Casa Branca seria o único lugar fora do rebanho BEER onde ele tinha a certeza que GLÓRIA teria o mesmo tratamento especial dado por ele”.

E assim foi feito, com campeonatos, filhos, netos e bisnetos fantásticos.

“Falar dos números e do impacto da GLÓRIA na pecuária brasileira não é tarefa fácil. Afinal, esses indicadores extrapolam em muito o que se tem de normal na atividade”, ressalta Heitor Pinheiro Machado, gerente de pecuária da Casa Branca.

Em sua vida produtiva, GLÓRIA teve 10 partos naturais e produziu embriões viáveis até os 17 anos. Sua marca também está no Programa de Melhoramento Genético Zebuíno (PGMZ), da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Lá, GLÓRIA possui índice de habilidade materna de 99,8 em um máximo de 100 pontos.

Para se ter uma ideia da importância da GLÓRIA no projeto da Casa Branca, basta dizer que dos quase 2 mil animais puros dos rebanhos das três raças selecionadas pela propriedade. Em 2010, Paulo de Castro Marques decidiu compartilhar a genética de GLÓRIA e fez sociedade nessa matriz com a J4 Agropecuária e Empreendimentos.

GLÓRIA foi clonada. Sua história está preservada.